terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Lisboa menina e moça


No Castelo ponho um cotovelo
Em Alfama descanso o olhar
E assim desfaço o novelo
De azul e mar

À Ribeira encosto a cabeça
Almofada da cama do Tejo
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo

Lisboa menina e moça, menina
Da luz que os meus olhos vêem, tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura

Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida

No Terreiro eu passo por ti
Mas na Graça, eu vejo-te nua
Quando um pombo te olha sorri
És mulher da rua

E no bairro mais alto do sonho
Ponho o fado que soube inventar
Aguardente de vida e medronho
Que me faz cantar
Lisboa menina e moça, menina
Da luz que os meus olhos vêem, tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida

Lisboa do meu amor, deitada
Cidade por minhas mãos despida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida

Ary dos Santos, Paulo de Carvalho


Lisboa, a magnífica


O Sol nasce
No sítio do costume
E crescem prédios
Em lugares sem nome

No Bloco C
Na Rua H
No 2º andar
Dizemos adeus
Até ao jantar

Adeus
Lá vou eu
Já o sol vai alto
Eu vivo em Lisboa
A Magnífica

Sem me lembrar
De ti eu vivo
Em Lisboa
A Magnífica
Lisboa, a Magnífica

Xutos e Pontapés

Sem comentários:

Enviar um comentário